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Censura Seletiva – Funck do Bolsonaro
   
     
 


24/09/2018

Censura Seletiva – Funck do Bolsonaro
Artigo de Bady Curi Neto, advogado fundador do Escritório Bady Curi Advocacia Empresarial, ex-juiz do Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG) e professor universitário

Segundo publicado na página eletrônica do Estadão, em 24/09/18, apoiadores de Jair Bolsonaro se reuniram em marcha da família no domingo, 23/09/18, em Recife, onde em apoio ao candidato à Presidência da República, entoaram cânticos com ofensas.

A música cantada é na realidade uma parodia do funck Bonde na Favela, da pessoa que se intitula MC Reaça, que de forma jocosa e dentro da liberdade de expressão do humor sarcástico, ressalta a direita e debocha das feministas.

Consta na letra os seguintes versos: “Dou pra CUT pão com mortadela/E pras feministas, ração na tigela./As mina de direita, são as top mais bela/Enquanto as de esquerda tem mais pelo que cadela” e “Maria do Rosário não sabe lavar panela/Jandira Feghali nunca morou na favela/Luciana Genro apoia os sem-terra/Mas não dá o endereço pra invadirem a casa dela.”

A Comissão da Mulher Advogada da OAB de Pernambuco, em nota manifestou seu total repúdio à musica, concluindo que: “Em tempos em que, a cada dois segundos, uma mulher é vítima de violência física ou verbal no Brasil, segundo dados do Relógios da Violência do Instituto Maria da Penha, não se pode admitir que, sob o manto da liberdade de expressão, qualquer partido político, seja ele de direita ou de esquerda, ofenda publicamente uma coletividade de mulheres, reforçando a cultura machista e misógina que, infelizmente, ainda insiste em matar muitas mulheres todos os dias.”

A paródia, via de regra, tem como objetivo a comédia, o humor, mesmo que picante, realizado a partir de um poema, música, filme e outras formas de arte, em que se mantem a estrutura, modificando o sentido. A paródia, ao contrário do plágio, tem seu viés crítico e sátiro, enquanto este é a imitação ou apropriação indevida de um texto, música, etc.., alheia.

Faz-se necessário esta distinção, pois os ouvintes da paródia sabem que a intenção é satirizar, fazer graça, utilizar-se do humor, não tendo o condão da ofensa direta. Seria uma piada, que pode ser interpretada de mau gosto, mas, via de regra, sem a intenção da agressividade direta e gratuita.

O que a feministas de plantão, com ouvidos tão sensíveis diante do humor, manifestaram quando ex-presidente Lula, hoje presidiário, referiu-se as feministas de seu partido “Cadê as mulheres de grelo duro do nosso partido?”?

O que diria as feministas quando as letras de funck, cantadas em todas as classes sociais, tratam diretamente as mulheres como objeto sexual, cadelas, vagabundas e outros adjetivos?

Apenas alguns exemplos, de cuja as letras, me permito, mesmo que constrangido, a transcrevê-las, pois as demais são impublicáveis: O Mc MM, na letra Adestrador de Cadela, utiliza dos seguintes versos: “sabe aquelas minas cachorras, piranhas, sapecas?”, “pega, bota na tcheca e depois solta na banguela”. O Mc Jhey, em música Predador de Perereca” canta “pra três ela senta, nós três ela mama” e “sapeca a pepeca, divide essa tcheca”

O machismo, a misoginia e qualquer outra forma de preconceito deve ser combatida com veemência, mas, dizer de uma paródia, sem combater a degradação moral das músicas acima, deixa transparecer, mesmo que não o seja, que o combate não é ao humor e sim aos apoiadores do Candidato.  

Fonte: Bady Curi Neto
Autor: O autor
Revisão e edição: de responsabilidade da fonte

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