Levantamento da UIT (União Internacional de Telecomunicações) aponta que o consumidor brasileiro paga mais caro pelo uso de telefone celular entre usuários de 154 países, com base no critério de Paridade de Poder de Compra (PPC). Os dados mostram que as tarifas do telefone fixo e da conexão à intenet no Brasil estão acima da média registrada em outros países.

Por uma cesta de preços de celular (que inclui o valor mensal da assinatura, 25 chamadas por mês e 30 torpedos), o Brasil tem o custo mais elevado, com US$ 44,2 medidos pelo PPC. É três vezes mais que o valor médio pago pelos consumidores de países industrializados e em desenvolvimento. A paridade do poder de compra corresponde à taxa de câmbio entre duas moedas, calculada conforme a quantidade de cada moeda que é necessária para adquirir determinado conjunto de produtos e serviços idêntico no país a que pertence cada moeda.

O custo do minuto local de celular em 2008 no horário de pico era de US$ 0,92 em termos de PPC, quase o dobro do que pagam os vizinhos argentinos (US$ 0,52), muito mais que os indianos (US$ 0,07) e os alemães (US$ 0,06). Uma das causas apontadas para a tarifa alta é a carga tributária incidente sobre o setor, que é uma das mais elevadas do mundo e ultrapassa 40% da conta telefônica, dependendo da alíquota de ICMS em cada Estado.

A manutenção de uma linha fixa também é alta no país, revela o estudo. O assinante brasileiro paga US$ 34,8 pela assinatura mensal e por 30 chamadas locais. É o dobro da média dos outros países em desenvolvimento e bem acima do que se paga nas nações ricas.

Para usar banda larga no Brasil, o preço básico chega a US$ 56,5 mensal em termos de PPC, o dobro da média dos países desenvolvidos.