Mais rapidez no processo de análise e ressarcimento dos créditos de impostos federais às indústrias moveleiras exportadoras, para melhorar o fluxo de caixa e permitir a continuidade dos negócios internacionais – essa foi a reivindicação apresentada pela Associação das Indústrias de Móveis do Estado do Rio Grande do Sul (Movergs) à Superintendência Regional da Receita Federal em reunião realizada na 2ª feira (12), em Porto Alegre.
O pleito busca a liberação do saldo credor devido às empresas gaúchas, cujo montante é estimado em R$ 22 milhões. A alegação é de que a devolução desses recursos é ponto fundamental para manter a competitividade das indústrias brasileiras no mercado externo. Essa reivindicação figura na lista de medidas para que o Estado volte a apresentar bons números nos negócios internacionais. Segundo dados da SECEX, referentes ao primeiro trimestre de 2010, houve um tímido crescimento de 2% nas exportações – longe, ainda, do necessário para reverter as perdas de 30% registradas em 2009.
Do superintendente Paulo Renato Silva da Paz, as lideranças moveleiras, representadas pelo presidente da Movergs, Ivo Cansan, receberam duas justificativas para a morosidade do processo: carência de auditores, em número insuficiente para a demanda da região; e incipiência tecnológica – ou seja, necessidade de maior informatização. Outro entrave apontado é a segmentação do processo produtivo e a diversificação do parque das empresas moveleiras em questão, o que dificulta o estabelecimento de padrões, obrigando à análise individual dos casos. Atualmente, a apreciação para devolução pode se estender por até três anos, prazo capaz de comprometer a saúde financeira e a manutenção de empregos nas empresas.
A promessa é de que as devidas providências já estão sendo tomadas e a aposta para agilização dos processos está na modernização e implementação de novas ferramentas na parte tecnológica, como por exemplo, o SPED. O incentivo às exportações foi anunciado como prioridade do governo pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, em visita ao Estado na última semana.
A saber: do total de 2.700 indústrias moveleiras estimadas no estado, cerca de 10% das empresas são, majoritariamente, exportadoras.