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A hora da virada
   
     
 


14/07/2010

A hora da virada
Madeira de reflorestamento na construção

Ao contrário de alguns mercados, nos quais já é realidade a exigência por determinados tipos de certificação, o emprego da madeira de reflorestamento no segmento da construção civil ainda não conta com uma retaguarda de qualificação através de um selo que dê garantias de origem ambientalmente correta.

Segundo Flavio Carlos Geraldo, membro da diretoria da ABPM – Associação Brasileira de Preservadores de Madeira, “na prática, os rigores hoje existentes nos textos legais relacionados ao segmento de preservação de madeiras e os procedimentos para obtenção das licenças de operação ou funcionamento de unidades industriais do setor são de uma flexibilidade escandalosa. O simples cadastramento, aliado ao pagamento de taxas simbólicas, credenciam muitas usinas de tratamento de madeiras, muitas vezes desprovidas de instalações adequadas, a operar em condições de igualdade com outras que observam rigorosamente as exigências ambientais e de segurança constantes dos textos legais. O desequilíbrio é flagrante, que acarreta uma situação comprometedora no mercado a partir do momento em que empresas tecnicamente descredenciadas competem, em igualdade de condições com respeito à legalidade, com aquelas que arcaram com o ônus da legalidade para entrar em operação. Todos perdem: o mercado, o meio-ambiente e o consumidor da madeira tratada”.

A importância do uso de madeiras cultivadas pelo setor da construção apoia-se principalmente no fator hoje tão propagado chamado sustentabilidade. “As árvores, únicas fábricas não poluentes do mundo, produzem a madeira, material construtivo obtido a partir de um recurso natural renovável de ciclo curto. Reflorestamentos são considerados verdadeiros poços de carbono, que produzem madeira de qualidade apta, tecnologicamente, a substituírem as madeiras oriundas das florestas tropicais nativa,s nas suas diversas aplicações em sistemas construtivos. Como se observa, além de seqüestradoras de carbono em grande escala, as madeiras de reflorestamento, como alternativa, contribuem com a conservação das matas tropicais nativas, pela simples redução da demanda. Isto é sustentabilidade”, destaca Geraldo.

O Brasil ainda não possui uma cultura do uso da madeira na construção, há uma preferência nacional por alvenaria. “Falta entender que a madeira tem caráter renovável em relação ao tijolo, ao aço e ao cimento, cuja fabricação demanda muita energia e matéria-prima, além de exigir mais do transporte por causa do peso. Arquitetos, engenheiros e agrônomos formados em países onde existe cultura madeireira, têm na grade curricular a madeira como material de construção, assim como o concreto, o ferro e qualquer outro tipo de material. Aqui no Brasil, raramente disciplinas que contemplam a madeira como material de engenharia fazem parte da grade curricular das nossas universidades. Talvez, essa falta de valorização seja explicada pelo comodismo de quem sempre pôde contar com imensa fartura relacionada à enorme disponibilidade de madeira proporcionada pelas matas nativas”, avalia Geraldo.

A utilização  de madeira de eucalipto e pinus na construção civil,  também em outros  segmentos incluindo o ferroviário, rural e elétrico, exige técnicas para preservar e proteger, garantindo uma durabilidade maior. “Há como combater agentes deterioradores que podem ser de natureza química, física ou biológica. Estas técnicas vão desde adoção de detalhes construtivos e utilização, que impedem a ação destes agentes, até adoção da aplicação de preservativos de madeira por processos não industriais como imersão simples, pincelamento, pulverização, entre outros,  ou por meio de processos industriais, realizados  por vácuo-pressão em autoclave e usinas de preservação de madeiras. A escolha de produto e do processo, depende do tipo de madeira e das utilizações das mesmas. Podemos destacar, por exemplo, que a madeira de eucalipto sem tratamento dura menos de um ano, a tratada no mínimo 15 anos”, explica o diretor da ABPM Geraldo.

Para estimular o uso da madeira de reflorestamento, estuda-se a criação do Selo de Qualificação. “Para a criação deste selo, as usinas de preservação de madeira se submeteriam a uma auditoria realizada por técnicos do Instituto de Pesquisa Tecnológica do Estado de São Paulo, considerando as vertentes técnica e legal.  Na vertente legal, serão levados em conta, o atendimento a todos os requisitos documentais, como registros, licenciamentos, responsabilidade técnica, etc. Já, na vertente técnica, serão contemplados os atendimentos a treinamentos específicos, como o de operação de uma UPM, aferições de equipamentos, bombas, registros, assim como também medidas de segurança operacional e ambiental, entre outros”,  diz Geraldo.

É importante destacar que a madeira está presente nas construções como em pisos, estruturas, paredes, decks, portas, esquadrias, dentre outros. Mas, se repararmos atentamente nos telhados, por exemplo, veremos que a maioria é feito com madeira nativa, ou seja, não tem como origem o reflorestamento, não há como negar que o mercado tem que se educar e substituir de maneira ambientalmente adequada. “Uma certificação viria para agregar e valorizar o produto e também as construções, defendendo principalmente a preservação da madeira nativa.”, finaliza Sérgio Brazolin.

Fonte: Estilo Press
Autor: Euracy Campos
Revisão e edição: Luiza Müller

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