No século passado, para ter alguma imagem documentada, as pessoas se reuniam num só dia para fotografar toda a família. O fotógrafo, com sua máquina lambe-lambe, organizava todos os membros do clã para a foto especial que ficaria como memória para gerações futuras.
Hoje a realidade é outra. Com as câmeras fotográficas cada vez mais potentes, celulares que tiram fotos, redes sociais digitais que facilitam a divulgação da imagem, o que antes eram verdadeiros rituais se tornou hábito do dia-a-dia. Todos podem registrar os momentos e armazenar imagens do presente sem dificuldades, com apenas um click.
Antes, os álbuns eram impressos. Hoje, os álbuns são digitais. Diante desta evolução, muitos se perguntam se a simples captura de imagem basta para a construção da memória e da história. Para discutir o assunto, o Estação Pátio Savassi convidou a especialista em História da Cultura e da Arte, Luciana Andrade, para ministrar a palestra "Coletar imagens é garantir a construção da memória?", no dia 14 de agosto (sábado), a partir das 11h, no anfiteatro (L2) do Pátio Savassi (Av. do Contorno, 6061 Savassi).
Segundo Luciana, hoje existe uma necessidade de captar e acumular imagens como garantia de organização e manutenção de uma memória. Com essa constatação a especialista vai questionar, exatamente, que tipo de memória é essa e como essa captação desenfreada de imagens pode interferir na construção da memória.
Luciana Andrade
Mestranda em Teoria da Literatura pela UFMG, pós-graduada em História da Cultura e da Arte e bacharel em Comunicação Social. Tem experiência na área de cinema e literatura contemporânea, atuando principalmente com os seguintes temas: intermidialidade e poéticas audiovisuais. É uma das autoras do livro "Areia, animal, arquivo e alcachofra: quatro ensaios inclassificáveis".
Estação Pátio Savassi
O projeto é uma realização da Estação do Saber e do Shopping Pátio Savassi, com curadoria de Júlia Ramalho Pinto. Em seu quinto ano de existência, conta com patrocínio l, do Ministério da Cultura e Lei Rouanet. As palestras são sempre aos sábados e gratuitas, onde se discutem temas contemporâneos com a participação de intelectuais, escritores e profissionais renomados, numa agradável conversa nas manhãs de sábado.
As palestras poderão ser acompanhadas através do Twitter (Julia Ramalho Pinto www.twitter.com/arpjulia) com postagem de frases e comentários ao vivo das apresentações. Ainda em fase de teste, o evento está sendo transmitido via Ustream na página da Estação do Saber www.estacaodosaber.art.br.