Em apenas um ano, entre setembro de 2009 e este mês, a receita das operadoras de celulares com serviços de valor agregado (VAS) de banda larga móvel avançou de R$ 1,8 bilhão no segundo trimestre do ano para R$ 2,8 bilhões no mesmo período este ano, um crescimento de 54,5%. E, enquanto nas principais operadoras de telefonia móvel na Europa e nos Estados Unidos a receita obtida com esses mesmos serviços alcança a casa dos 30% a 40% do total faturado, na América Latina a média está em 21,2%. No Brasil, a média dos VAS em banda larga móvel é ainda menor: no segundo trimestre deste ano representaram apenas 16,3% do total faturado por TIM, Vivo e Oi. Os 83,7% restantes são provenientes dos serviços tradicionais de voz.

Os dados constam na 5a. edição da pesquisa Monitor Acision de VAS Móvel, também conhecida pelas iniciais MAVAM, que entrevistou 750 usuários das cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre, exatamente as capitais de maior renda média familiar e onde se concentram 26% dos celulares do Brasil.

"A tendência de aumento de participação dos VAS nas receitas das operadoras móveis no Brasil é muito boa -- ela não ultrapassava a média de 11,5% das receitas no ano passado--, mas o valor absoluto ainda é baixo", comenta Rafael Steinhauser, presidente da Acision para a América Latina. A empresa é especializada em informações sobre o universo móvel e é líder em serviços de mensagens de celular.

A grosso modo, as receitas dos VAS da telefonia móvel no Brasil estão divididos da seguinte forma: 44% devem-se a serviços de internet móvel, 45% devem-se a serviços de mensagens e 11% proveem de serviços diversos. Segundo Steinhauser, a Vivo é operadora móvel brasileira que obteve maior retorno com seus VAS. Eles já representam 22% das receitas, um aumento de 88% em um ano. A TIM, na posição de lanterninha, obtém apenas 13,6% de suas receitas a partir dos serviços de valor agregado.

No País, entre os serviços de valor agregado da telefonia móvel, o que mais cresce é o das mensagens instantâneas, hoje adotadas por 10% dos usuários de celulares. "Apenas seis meses antes, no quarto trimestre de 2009, apenas 3% dos usuários de celulares usavam o serviço", ressalta o executivo. Ainda assim, em números absolutos, o serviço predileto dos brasileiros na telefonia móvel continua sendo o SMS, uma espécie de serviço de mensagens curtas. 76% dos brasileiros os adotam regularmente.