A decisão do juiz Nicolau Konkel, do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná, que deferiu na tarde desta terça-feira (28), uma liminar em favor da coligação "Novo Paraná", do candidato ao governo Beto Richa (PSDB), determinando a suspensão da divulgação da pesquisa Datafolha encomendada pela Rede Paranaense de Comunicação, merece nosso apoio.

Quais os reais efeitos da publicação desenfreada das pesquisas eleitorais? Elas podem contribuir para uma escolha acertada ou simplesmente direcionam o voto do eleitor para o candidato que o sistema quer que vença?

Entendemos que o eleitor deve exercer seu voto com base numa escolha consciente. Não temos dúvidas que as pesquisas eleitorais, dos mais diversos institutos, influenciam no voto no eleitor. O que precisamos é algo que realmente contribua para o exercício da cidadania e o bem estar da democracia.

A maioria dos meios de comunicação não medem esforços em dar maior destaque às publicações diárias dos resultados das pesquisas eleitorais, em detrimento da opção de cumprir o papel social que lhes cabe.

Há quem defenda o uso indiscriminado das pesquisas eleitorais e que se apoiam no direito legal de publicá-las. Mas há também aqueles que não confiam nesses resultados, como nós do CONSUMIDOR-RS.

É claro que a cultura de “votar em quem vai ganhar”, depende muito das circunstâncias sócio-políticas do momento e não somente das das pesquisas. A prova disso está na preferência hoje pela Dilma que não depende da figura dela em si, mas da incrível influência que o governo Lula depositou sobre grande parte do eleitorado. Essa grande parte do eleitorado está satisfeita com o Governo Lula.

Mas a pergunta que fica no ar é aquela: Não seria uma propaganda enganosa, ou pelo menos feita pela metade, para iludir a grande massa, a menos favorecida?

O governo não estaria levando uma certa vantagem por portar na manga o grande trunfo que mantém recheadas as contas das agências de publicidades e dos canais de televisão?

E a grande maioria, não estaria sendo induzida com “bolsas famílias” a encher a barriga com novas promessas de criação de novos oito milhões de empregos?

Melhor acreditar numa regulamentação mais eficaz para a divulgação das pesquisas e torcer para que elas sejam feitas com critérios mais abrangentes e vigiados pela legalidade.

Melhor é poder contar com os meios de maior penetração para entender as propostas de cada um dos nove candidatos a Presidente da República, dos Candidatos a Governador, dos candidatos a Senador e deputados e não apenas ficar reféns de números colhidos em universos que podem não ser o retrato da sociedade.