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Seleção artificial
   
     
 


21/11/2010

Seleção artificial
Como o homem vem interferindo na formação dos cães nos últimos 15 mil anos

O fotógrafo inglês Tim Flach acaba de lançar livro que reúne imagens surpreendentes de cães.  

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OLHA A POSE
Acima, um husky na Islândia;
abaixo, os estragos feitos com um aparelho de tosar

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Imagine o trabalho que a indústria da moda teria para vestir todo mundo, ca­so o peso médio de um homem variasse de 40 kg a 1.600 kg e a altura, de 1,5 m a 10,5 m. Pois assim seria se a espécie humana apresentasse uma variedade tão monumental quanto a canina. Para sorte dos homens, ainda não apareceu nenhum ser superior interessado em manipular o faro de fulano ou aumentar a ferocidade de beltrano. Para azar dos cães, há 15 mil anos o Homo sapiens vem moldando aquele que chama de seu melhor amigo.

Subliminarmente, um livro recém-lançado nos EUA pergunta: não fomos longe demais nessas alterações? Trata-se de “Dogs, Gods” (Cães, Deuses, ainda sem previsão de chegada ao Brasil), do fotógrafo inglês Tim Flach, 52 anos. Em seu estúdio ou no habitat natural de algumas raças, o autor procura ângulos e composições que, além de beleza, tenham potencial para inquietar e despertar o raciocínio do leitor. E um dos primeiros que vêm à cabeça é como a intervenção humana fez com que o lobo se desdobrasse em cerca de 400 raças diferentes.

“Resolvi fotografar cães porque neles fica muito claro quanto modificamos e manipulamos a natureza”, diz o fotógrafo. O novo livro dá sequência a uma série que Flach iniciou em 2008, quando lançou “Equus”, todo dedicado aos cavalos. Para a produção de “Dogs, Gods”, ele passou um ano viajando e recebendo cães em seu estúdio. Produziu imagens de um springer spaniel caçando na natureza, de um grupo de huskies siberianos no gelo, de um afghan hound como se estivesse num salão de beleza. “Fotografar bichos é uma paixão que vem da infância. Afinal, no meu primeiro rolo de filme registrei um passeio ao zoológico.”

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TESOURA
Os britânicos têm predileção por poodles e jardins na
hora de mostrar o talento com que dominam a natureza
 

Gostar de lidar com animais não significa que isso seja uma tarefa fácil. Para encontrar o mastiff em seu local de origem, o fotógrafo teve de enfrentar as montanhas do Tibete. Na Islândia, reuniu os huskies que queria, mas deu o azar de um vulcão na vizinhança ter resolvido entrar em erupção. Nem no estúdio a situação foi mais controlada. “Os cães de guarda são os mais teimosos. Eles não aceitam ordens facilmente, sobretudo se o comando for para olhar na direção da câmera”, diz o fotógrafo. E ele acrescenta: “As imagens que registram comportamentos são as mais difíceis de obter. A gente planeja tudo com antecedência, mas o problema é que no dia da foto o cão pode não estar a fim de fazer o que a gente planejou.”

Paciência não faltou. Tanto que o fotógrafo preferiu usar equipamentos analógicos e deixar um pouco de lado a mordomia e a rapidez proporcionada pelas câmeras digitais. Na maioria das fotos, a máquina usada foi uma Hasselblad. Uma Canon digital só entrou na mochila do fotógrafo nos casos em que os bichos eram velozes e estavam em seu habitat natural. E ele jura que não utilizou programas de alteração de imagens, como o Photoshop.

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DREADLOCK
Para fazer a imagem do puli acima, foi preciso ir até Denver, no Colorado (EUA);
abaixo, o fotógrafo britânico Tim Flach

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Depois de passar um ano em contato diário com vários tipos e tamanhos de cães, Flach diz que mudou a percepção que tem do animal. Ficou fascinado especialmente pelo jeito como os cães aprenderam a “ler” os humanos. “Às vezes, eles sabem das nossas intenções muito antes de as sinalizarmos.” Isso ainda não foi suficiente para que o fotógrafo resolvesse ter um cãozinho em casa. Coloca no seu estilo de vida um tanto nômade a culpa pelo quintal ainda estar vazio. Mas por pouco tempo. Por pressão da mulher e do filho pequeno, num futuro próximo haverá um ser abanando o rabo pela casa dos Flach. Se o autor puder participar da escolha do bicho, será um weimaraner, raça pela qual se encantou ainda na infância.

Isso não é um indício de que o fotógrafo vai passar mais tempo em casa. Seu próximo projeto vai obrigá-lo a arrumar as malas mais vezes e para viagens mais longas. Ao lado do escritor Lewis Blackwell, ele está no meio do planejamento das visitas que fará para o livro “Rainforests” (Florestas), que deve ficar pronto em cerca de dois anos. Uma parada no Brasil será inevitável.

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Fonte: ISTOÉ Independente
Autor: Edson Franco
Revisão e edição: de responsabilidade da fonte

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