Ao contrário do que os economistas do Governo dizem sobre que os problemas financeiros registrados pelo Banco Panamericano não ocorrer em outras instituições financeiras nacionais, o advogado especialista em Direito Bancário, Luciano Duarte Peres revela que o Panamericano quebrou pelo motivo em que ele vem tentando denunciar a algum tempo. "A falta de fiscalização do Banco Central nas instituições financeiras e a sonegação de todos os bancos nos seus balanços e balancetes, omitindo informações, foi o que provocou a quebra do Banco Panamericano, e esse não é um caso isolado, todos os bancos, sem exceção, sonegam informações de suas transações ao Banco Central" explica Peres.

Há centenas de processos onde cidadãos e empresas solicitam a revisão de suas dívidas para as instituições bancárias. Os consumidores devem um valor aos bancos, que não é a mesma dívida encontrada na lista de devedores nas informações dos balanços e balancetes do Banco ao Banco Central. "A sonegação é muito comum, e todos os casos podem ser comprovados através de documentos que confrontem a divida informada pelo banco ao cliente e informada pelo banco ao Banco Central", afirma o advogado.

Banco do Brasil cobra de forma indevida empresário de São Joaquim maquiando os balancetes com valores absurdamente inferiores

No município de São Joaquim, um processo que corre há mais de 15 anos na justiça chamou a atenção do Ministério Público de Santa Catarina. Trata-se de um prédio avaliado em 1 milhão e 800 mil reais, de um empresário que já quitou sua dívida, mas que mesmo assim o Banco do Brasil lhe cobra um valor acima de 1 milhão de reais.

Além de cobrar de forma indevida, a instituição bancária declarou uma dívida por parte do empresário de apenas R$ 417,37 em seus balanços e balancetes para o Banco Central. De acordo com Peres, essa é uma prova de que "o Banco do Brasil está sonegando e cometendo um crime contra o Sistema Financeiro Nacional e contra a Ordem Tributária do país", pois segundo a Lei, no caso de um cliente dever por mais de 180 dias para um banco, para que a instituição possa cobrar essa dívida, ela deve ter provisionado 100% do valor da operação em débito para o Banco Central, no fechamento dos balanços e balancetes. "Tenho mais de 50 exemplos como este de sonegação. Imagine então, a quantidade de processos indevidos que estão tramitando pela Justiça Brasileira", declara.

Até o momento, o juiz de São Joaquim/SC, suspendeu a entrega do imóvel para o banco, até a solução da pendência. O Ministério Público de Florianópolis, através do Procurador da República, Marcelo da Mota, está apurando a existência do crime e o processo continua em discussão, aguardando decisão judicial.