A petista fez coleta de sangue, tomografia e ultrassom no Sírio-Libanês, em São Paulo. Ela chegou cedo ao hospital e saiu antes da hora do almoço.

Na saída, Dilma fez uma rápida visita ao vice-presidente, José Alencar, que esteve 24 dias internado para tratar de uma obstrução intestinal e chegou a sofrer um infarto agudo do miocárdio. Ele recebeu alta na quinta-feira, mas voltou na sexta ao hospital para fazer uma transfusão de sangue e deixou a instituição nesse sábado, logo após a visita da presidente eleita.

Segundo boletim médico divulgado pelo Sírio-Libanês logo após a saída de Dilma, a ex-ministra passou por uma avaliação clínica e os resultados foram “satisfatórios”. No ano passado, ela superou um câncer no sistema linfático e teve de fazer seis sessões de quimioterapia. Entretanto, os exames feitos ontem, de acordo com a equipe médica que a atendeu, nada têm a ver com o tratamento oncológico.

Dilma Rousseff foi acompanhada pelos médicos Roberto Kalil Filho, Paulo Hoff e Yana Novis. Do hospital, ela seguiu para a casa de Kalil Filho, no bairro dos Jardins, onde participou de uma reunião com outros profissionais de saúde, entre eles o presidente da Agência Nacional de Saúde (ANS), Maurício Ceschin, e o oncologista Drauzio Varella.

O deputado Antonio Palocci (PT-SP), um dos coordenadores do governo de transição, participou da reunião e falou um pouco sobre as propostas para a área da Saúde e sobre o convite que recebeu para assumir o ministério responsável pelo setor. Kalil Filho também falou de propostas. Segundo Drauzio Varella, cerca de 30 médicos participaram da reunião. Ele disse que foi convidado por Kalil para discutir propostas para o governo.

Programas

No encontro, Dilma falou da ampliação do programa Saúde da Família, do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), das Farmácias Populares e do programa Brasil Sorridente. Disse que uma das prioridades será a ampliação dos exames de mamografia e garantiu que vai cumprir promessas de campanha feitas nessa área, como a criação de 500 Unidades de Pronto Atendimento 24h (UPAs); a implantação da Rede Cegonha, para o atendimento de gestantes e o acompanhamento até o primeiro ano de vida do bebê; a construção de clínicas especializadas para o tratamento de dependentes químicos; e a distribuição gratuita de remédios para hipertensão e diabetes por meio da rede Aqui tem farmácia popular.

Após o almoço, Dilma Rousseff e os médicos do Sírio-Libanês comentaram a resistência física fora do comum de Alencar ao tratamento que vem enfrentando há 10 anos contra as complicações decorrentes de um câncer que se espalhou pelo abdome. Os especialistas contaram que só no início de novembro o vice-presidente voltou a se alimentar por via oral, depois de passar duas semanas recebendo alimentação por sondas.

Alencar já passou por mais de 15 cirurgias e ainda está sofrendo com os efeitos colaterais do novo tratamento. Entre outubro e este mês, ele passou 24 dias internado e, em setembro, tratou de um edema agudo de pulmão. Em julho, ficou sete dias internado no hospital e passou por um cateterismo, tipo de exame que verifica as condições dos vasos sanguíneos. Alencar retomou as sessões de quimioterapia no início de setembro do ano passado, pouco depois de exames terem demonstrado que os tumores abdominais haviam voltado a crescer. Por isso, interrompeu o tratamento experimental a que se submetia em uma clínica nos Estados Unidos.