Até o final desta semana a equipe curatorial da 8ª Bienal do Mercosul cumpre uma intensa agenda de reuniões em Porto Alegre para definir as próximas etapas de produção do evento, que vai acontecer de setembro a novembro de 2011.
Sob o título Ensaios de Geopoética, a 8ª edição da Bienal trata da territorialidade e sua redefinição crítica a partir de uma perspectiva artística. Vai reunir artistas que desenvolvem obras relevantes para o tema, partindo das perspectivas geográfica, política e cultural para discutir noções de localidade, nação, identidade, território, mapeamento e fronteira. O projeto também aborda a cidade de Porto Alegre, sede da Bienal do Mercosul, como lugar a ser descoberto e ativado através da arte. Esta temática será aplicada nas exposições e em outras estratégias de ativação, além de permear as ações do Projeto Pedagógico.
Uma das exposições confirmadas é a do chileno Eugenio Dittborn, homenageado desta edição. Artista referencial da América Latina, sua obra é baseada na transterritorialidade, no nomadismo e nas estratégias para subverter fronteiras e penetrar nos centros sem deixar-se neutralizar por eles. A exposição, prevista para acontecer no Santander Cultural, vai mostrar as Pinturas Aeropostais – obras de ampla riqueza iconográfica, com uma presença visual e material contundente – que o artista desenvolve desde os anos 80 misturando desenho, costura, pintura e colagem.
A curadora e historiadora Aracy Amaral passa a integrar a equipe curatorial como curadora convidada. Referência nas artes visuais brasileiras como crítica, curadora e historiadora da arte, Aracy aceitou o convite do curador-geral José Roca para organizar a mostra Morada ao Sul, que terá lugar no MARGS – Museu de Arte do Rio Grande do Sul. A mostra Morada ao Sul trará uma visão crítica da paisagem do sul do Brasil através da apresentação de elementos de acervos locais como mapas, pinturas, fotografias, livros, objetos e documentos de viagens exploratórias. Ao mesmo tempo, apresenta um olhar múltiplo sobre o território através de artistas brasileiros contemporâneos, em particular gaúchos, assim como de artistas da America Latina.
Aracy completa a equipe formada pelo curador pedagógico Pablo Helguera (México), pelos curadores adjuntos Alexia Tala (Chile), Cauê Alves (Brasil) e Paola Santoscoy (México) e pela curadora assistente Fernanda Albuquerque (Brasil).
Enquanto isso, os curadores trabalham na edição de um blog, que vai ao ar na segunda semana de dezembro. O blog vai contar o dia-a-dia da concepção e produção da 8ª Bienal do Mercosul, com posts escritos pelos próprios curadores.
A logomarca da 8ª Bienal do Mercosul também está definida. Criada pelos artistas e designers gaúchos Angela Detanico e Rafael Lain, a construção da marca toma como ponto de partida o Dymaxiom map - mapa-múndi criado por Buckminster Fuller – que apresenta os continentes sem fronteiras políticas e os representa na sua verdadeira magnitude, formando um poliedro que pode ser montado tridimensionalmente. Segundo o curador-geral José Roca, “Detanico e Lain decompõem o sólido platônico de Fuller em seus componentes geométricos básicos (triângulos e quadrados) e o recompõem para propor um ‘8’, que corresponde à oitava edição da Bienal do Mercosul. Nesse logotipo, os fragmentos de território estão propondo um mapa novo e mutável”. Nas diversas aplicações da marca, o público poderá ver diferentes configurações, fazendo referência a um território em constante reconfiguração. O mesmo princípio combinatório foi utilizado pelos designers para propor um tipo de letra especial, chamado Polígona, que será usado em todo o material gráfico da Bienal. Saiba mais sobre os designers da marca em
www.detanicolain.com.