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Risco de epidemia de dengue com sorotipo 4 no Brasil
   
     
 


04/02/2011

Risco de epidemia de dengue com sorotipo 4 no Brasil
Aumentam chances das formas mais graves da doença. Saiba como evitar.

 

Chega o verão e a ameaça da dengue se faz presente novamente no Brasil. Os governos lançam campanhas de conscientização para que população acabe com possíveis depósitos de água parada, onde o mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti, se reproduz.

A dengue é uma doença infecciosa aguda de curta duração, de gravidade variável, causada por um vírus que possui quatro sorotipos. No Brasil, circulam os tipos 1, 2 e 3. O sorotipo 4 não era registrado no Brasil há 28 anos, mas foi encontrado e isolado em laboratório em julho do ano passado em Roraima. O temor das autoridades sanitárias é de que uma epidemia se alastre pelo país rapidamente, uma vez que a população não está imune ao sorotipo 4.  

De acordo com a infectologista do Hospital 9 de Julho, em São Paulo, Dra. Sumire Sakabe, a introdução de um sorotipo que antes não circulava em uma área quer dizer que o vírus vai encontrar muitas pessoas não imunes e, portanto susceptíveis, à doença. Além disso, se a população já teve dengue por um sorotipo, a entrada de um novo sorotipo aumenta o risco das formas mais graves da dengue: hemorrágica e choque. Isto acontece porque ao se infectar por segundo sorotipo, o organismo pode apresentar uma resposta imunológica exagerada, levando a quadros graves da dengue.

Sintomas da doença são variáveis. Quadro mais grave é caracterizado por queda de pressão e sangramentos

A dengue clássica geralmente é benigna, mas pode eventualmente apresentar complicações. A infecção causada por qualquer um dos sorotipos do vírus produz as mesmas manifestações. A determinação do tipo é irrelevante para o tratamento da pessoa doente. A dengue pode ser assintomática em 29 a 56% das pessoas. Na sua forma clássica, apresenta-se como febre de aparecimento abrupto, com duração de cinco a sete dias e acompanhada de pelo menos dois dos sintomas a seguir: dor de cabeça, dor retro-orbitária (atrás dos olhos), dor muscular, dores articulares, prostração, manchas vermelhas no corpo. Além disso, pode ainda ocorrer náusea, vômito, diarréia. Em 5% a 30% dos casos podem ocorrer sangramentos, em geral nas gengivas, petéquias (pequenos pontos arroxeados na pele) e sangramento nasal. Embora a febre desapareça em sete dias, alguns pacientes podem permanecer astênicos (mais fracos, desanimados) por várias semanas, por vezes dois meses.

As suas formas graves, febre hemorrágica da dengue e síndrome de choque da dengue (FHD/SCD) são precedidas por sinais de alerta que geralmente acontecem ao final do período da febre. A forma grave da doença pode se manifestar por sangramentos e também com choque (queda severa da pressão arterial). Isso acontece porque a permeabilidade vascular fica comprometida e os capilares sanguíneos deixam extravasar o plasma. "Isso equivale a dizer que o conteúdo fica maior que o continente, ou seja, a 'tubulação' fica esvaziada e a pressão arterial cai a níveis que comprometem o funcionamento do organismo", explica a médica.  É a manifestação mais grave da dengue, com mortalidade de até 12%, mesmo com terapia agressiva.  

Mas, o que causa a forma mais grave da dengue? - Há vários fatores de risco para a dengue "hemorrágica": o sorotipo 2 parece conferir maior risco; uma nova infecção por sorotipo diferente pode ocasionar resposta imunológica exacerbada e acarretar a forma hemorrágica; lactentes entre seis e 12 meses de idade são mais susceptíveis; diferentemente do que se observa em outras doenças infecciosas, a desnutrição parece ter correlação inversa com a dengue hemorrágica (a forma grave da dengue  parece mais frequente em crianças com estado nutricional adequado); e há indícios de que a dengue hemorrágica seja mais comum em pessoas brancas do que em negras e que grupos genéticos diferentes têm suscetibilidade maior ou menor à forma grave.  

Tratamento: ao primeiro sinal ou suspeita, procure um serviço de saúde e não tome ácido acetil salicílico

Em função dos sintomas pouco específicos, a dengue pode facilmente ser confundida com outras doenças, por isso, ao início dos sintomas, deve-se procurar um serviço de saúde. Antes de mais nada, beba muita água e não tome medicamentos sem conhecimento do médico, em especial os que contenham ácido acetil salicílico e anti-inflamatórios não hormonais, pois podem favorecer os sangramentos. Pelo mesmo motivo, injeções intramusculares também devem ser evitadas.  

O diagnóstico inicial é clínico, baseado na história, exame físico do paciente e é feito com base em exclusão de outras doenças. A comprovação do diagnóstico pode ser feita por meio da sorologia (que detecta anticorpos contra o vírus da dengue), que começa a dar positivo a partir do sexto dia da doença. O isolamento viral pode ser realizado nos primeiros cinco dias da doença. De qualquer forma, não se deve esperar pelos testes confirmatórios para iniciar o tratamento. Ele é de suporte, ou seja, baseado, na maioria das vezes, em medicamentos para controlar a febre e o mal estar.  

De acordo com a Dra. Sumire, a febre hemorrágica da dengue e a síndrome de choque da dengue podem acontecer até mesmo em pessoas que têm dengue pela primeira vez. Isso reforça a necessidade de procurar um serviço de saúde aos primeiros sinais de alerta. "Os sinais de alerta são: presença de sangramento, extremidades frias, pulso rápido e fino, pressão arterial baixa, tontura, letargia, queda no estado geral, lactentes que não conseguem mamar, diminuição da diurese, dor abdominal intensa e vômitos incoercíveis", afirma.  

Vacina está em estágio avançado - De acordo com a Dra. Sumire, estão sendo conduzidos estudos de fase III (últimas fases de desenvolvimento clínico antes do licenciamento da vacina) pela Sanofi-Pasteur. "Dependendo dos resultados desses estudos, talvez possamos ter uma vacina, embora demore muito tempo entre finalizar um estudo e tornar a vacina disponível para a população", afirma. A principal dificuldade no desenvolvimento da vacina é pela necessidade de encontrar um produto capaz de proteger as pessoas contra os quatro sorotipos da doença, para evitar que uma pessoa vacinada contra um sorotipo corra o risco de desenvolver dengue mais grave se infectada pelo sorotipo não contemplado na vacina.

Evite a reprodução do mosquito! 

 - A doença é transmitida principalmente pelo mosquito Aedes aegypti infectado, mas também, pelo Aedes albopictus. Esses insetos picam durante o dia, ao contrário do mosquito comum (Culex), que pica durante a noite;

- A grande capacidade de adaptação do mosquito dificulta sua erradicação, medida fundamental para o controle da doença;

- como ainda não há vacina contra a dengue, a melhor forma de combate é evitar a procriação de mosquitos transmissores;

- não deixe água parada dentro de casas, apartamentos e hotéis etc. Atenção para cisternas, latas, pneus, cacos de vidro e vasos de plantas. Não basta trocar a água, é preciso deixar os locais tampados ou secos;

- as bromélias, que acumulam água na parte central (aquário), também podem servir como criadouros. Utilize uma solução de água mais água sanitária a 2,5% (40 gotas para 20 litros) para regá-las;

- não há transmissão pelo contato direto de uma pessoa doente para uma sadia, também não há transmissão pela água, alimentos ou quaisquer objetos. Portanto, não tenha medo;

- ativas durante o dia, as fêmeas do Aedes aegypti podem picar várias pessoas diferentes, o que explica a rápida explosão das epidemias de dengue;

- em locais de epidemia, é preciso usar calças e camisas de manga longa e repelentes contra insetos a base de DEET nas roupas e no corpo.

Histórico da dengue no Brasil  

- a primeira epidemia de dengue no Brasil aconteceu em 1981-82, em Boa Vista, RR, pelos sorotipos 1 e 4

- Em 1986, houve uma epidemia no Rio de Janeiro e capitais do Nordeste

- epidemia em 1998, pelo sorotipo 1

- epidemia 2002, pelo sorotipo 3

- epidemia 2008, pelo sorotipo 2

- epidemia 2010, pelo sorotipo 1

- junho a agosto 2010, Roraima, 10 casos causados pelo sorotipo 4

- epidemias continuam a acontecer, provavelmente devido à introdução de novos sorotipos em áreas onde ainda não eram circulantes, ou por mudança no sorotipo mais prevalente em determinada região.

Veja os gráficos com números da doença no Brasil no site do Ministério da Saúde (http://migre.me/3NDXI).

Sobre o Hospital 9 de Julho

Fundado em 1955, em São Paulo, o Hospital 9 de Julho tornou-se referência em medicina de alta complexidade e tem focado seus investimentos no atendimento de traumas e na criação de Centros de Especialidades (Oncologia; Dor, Neurocirurgia Funcional e Coluna; Gastro; Rim e Medicina do Exercício e do Esporte).

Com cerca de 1,5 mil colaboradores e 4 mil médicos cadastrados, o complexo hospitalar possui 310 leitos, sendo 60 leitos nas Unidades de Terapia Intensiva, especialistas em procedimentos de alta complexidade, pronto-socorro com fluxo diferenciado de atendimento, priorizando o tratamento de pessoas em situação de risco, além de um dos mais modernos centros cirúrgicos com capacidade para até 14 cirurgias simultâneas.

WEBSITE www.hospital9dejulho.com.br
BLOG www.pordentrodo9dejulho.com.br

Até o momento, estão em circulação no Brasil três sorotipos da dengue, mas existe um quarto, encontrado no ano passado em Roraima. A preocupação é que este subtipo se alastre rapidamente, já que a população não tem imunidade a ele.

Fonte: Assessoria de Imprensa
Autor: André Tomazela, Fernanda Espinosa e Renata Soller
Revisão e edição: de responsabilidade da fonte

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