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Fabio Ravaglia – médico ortopedista
   
     
 


07/03/2011

Fabio Ravaglia – médico ortopedista
Sapatos e bolsas para conciliar moda e saúde

É um fato inegável que as mulheres adoram estar na moda e sei que quando o médico recomenda, por exemplo, “não use salto alto”, nem sempre é ouvido. Moda não é a minha especialidade, mas tenho o hábito reunir informações que possam facilitar minhas orientações às pacientes. Sites e revistas femininas, por exemplo, já indicam que o salto-tijolão e o bolsão serão destaque nas coleções de inverno 2011. O sapato da próxima estação, apresentado nos desfiles do último São Paulo Fashion Week, é aquele usado por Carmem Miranda – plataforma, meia pata ou anabela. E as bolsas têm que ser grandes para comportar tudo: maquiagem, agenda, celular… Já que moda é moda e não se discute, gostaria de fazer considerações sobre como seguir as tendências sem deixar que a saúde fique comprometida.

Salto ideal

O salto-tijolão é o que dá mais conforto entre os saltos altos. Com plataforma conjugada a salto faz a mulher ganhar em altura e não prejudica tanto a saúde, por reduzir a inclinação entre o calcanhar e os dedos e distribuir mais uniformemente o peso do corpo por toda a sola do pé. Tem boa estabilidade ao pisar, porém, não deixa o pé com toda a flexibilidade para praticar o movimento de andar. É preciso ter cuidado para não virar o tornozelo. O meia pata, uma variação do plataforma, elevado na frente e com salto mais grosso independente, também tem boa estabilidade. O modelo anabela, inteiriço com plataforma e salto, é o que dá maior estabilidade e é um dos melhores para quem precisa ficar muitas horas em pé.

O salto agulha ou stiletto, considerado o mais elegante e sexy, e que pode chegar a dez centímetros de altura, dá a menor estabilidade. Muito fino, sua base de contato com o chão é mínima, sem contar que a ponteira muitas vezes provoca escorregões em piso liso ou entra em vãos e buracos de pisos irregulares, resultando em torções de tornozelos. Oferece risco à saúde de mulheres que ficam muito tempo em pé ou estão com sobrepeso, por forçar a coluna e os joelhos a obrigar o corpo a buscar um outro ponto de equilíbrio que não o natural. Associados ao bico fino, podem incentivar um joanete ou calosidades. O elegante salto Luís 15 ou carretel é mais confortável por causa da base mais larga. O salto quadrado é ainda mais confortável, por oferecer uma base de apoio maior para o calcanhar, diminuindo a pressão aos dois primeiros dedos dos pés e permitindo maior facilidade para os movimentos. Com ele, o ganho de altura pode ser grande, conferindo elegância à mulher. O salto cubano é uma opção, mais grosso no calcanhar e com a ponta fina. No geral, ele se apresenta como alternativa para o sapato social, delicado e com altura de cerca de três centímetros, o que não cansa tanto no dia a dia e dá a impressão de elegância. O salto vírgula também está presente em algumas coleções. Por ter uma curva, pode não apresentar uma boa estabilidade para o pé.

Sei que há o consenso de que a pessoa usando salto alto parece mais magra e alta; emocionalmente, a mulher se sente mais atraente e “sexy”, melhorando a autoestima, mas não convém exagerar no tamanho do salto nem abusar do tempo de uso. Alterne o sapato e a altura do salto para não forçar apenas alguns músculos e não movimentar outros. Com salto alto, a mulher pisa na ponta dos pés, forçando os dois dedos maiores e a parte da frente da musculatura da canela. Lembre-se de fazer um alongamento, principalmente para movimentar a musculatura posterior. Outra dica interessante é levar um sapato mais confortável para andar na rua ou no shopping ou mesmo para dirigir, assim, o tempo de uso do salto alto fica reduzido apenas ao necessário.

Sapato adequado

Pessoas que trabalham muito tempo em pé ou que caminham muito para chegar no trabalho sabem que uma escolha errada de um sapato pode provocar dores nas costas, problemas nos joelhos e até chulé. Nem sempre o sapato mais caro ou o mais bonito é o adequado. O modelo ideal precisa ser confortável, o que significa permitir que os movimentos de pés e pernas sejam executados livremente, Também não deve ocasionar problemas ou dores. O andar deve ser realizado com naturalidade e sem impacto sobre as articulações. Precisa deixar que a pele respire. Recomendo que se faça um test drive na loja, isto é, antes de comprar um sapato, ande e fique um pouco com ele antes dentro da loja. Verifique a estabilidade. Os reforços do calçado ajudam a firmar o pé, o que pode evitar entorses. O número precisar ser o seu, pois o sapato não deve ficar largo nem folgado. O certo é deixar um centímetro sobrando na ponta para os dedos se mexerem. Considere também o formato de seu pé, porque não adianta querer colocar um sapato bico fino em um pé largo ou bem alto. Neste caso, a opção seria o falso bico fino, largo o suficiente para caber o pé e só com uma ponta fina, que fica vazia. Os calçados de bico redondo ou quadrado são mais confortáveis. Conhecer a maneira como se pisa também é bom. Sabendo a maneira da pisada, você pode procurar por sapatos que deem apoio ao arco do pé ou que tenham reforço na lateral interna ou externa ou no calcanhar. Observe se o revestimento da sola e do salto é antiderrapante. Não custa lembrar também que, para atividades físicas, o tênis é sempre o ideal. É o calçado que menos faz sofrer com bolhas ou calos.

Bolsões

A bolsa grande não representa nenhum problema para a saúde. O problema é o peso que se carrega nela. A bolsa muito pesada pode provocar dores nos ombros, inflamação nas costas e – o pior – problemas na coluna. Um adulto pode carregar, no máximo, o equivalente a 10% do peso de seu corpo. As mulheres não largam suas bolsas e ficam horas seguidas carregando. Não estou falando de apenas cinco minutos entre o ponto do ônibus e o escritório, mas de um período de uma ou duas horas, quando as mulheres fazem compras em supermercados ou shoppings, por exemplo. E por mais que seja bonita, a “maxibolsa” sobrecarrega a coluna, sim! Entre os vários riscos destaco os problemas de postura e um possível processo inflamatório. O excesso de peso é responsável por doenças na coluna como escoliose (desvio da coluna vertebral, que pode ser cervical, toráxica ou lombar), lordose (aumento da curvatura lombar) e a sifose, conhecida popularmente como corcunda – quando a pessoa joga os ombros para frente. A degeneração da coluna é resultado de vários fatores como genética, hábitos de vida, atividade física, obesidade e sobrecarga, entre outros. A sobrecarrega na coluna lombar pode acelerar o processo degenerativo. Sabemos que alguns problemas podem ser evitados ao mudarmos nossos hábitos.

A mochila é mais indicada para carregar peso, já que as alças ficam equilibradas nos dois ombros – evitando incliná-los para um dos lados – e o peso permanece nas costas, a parte do corpo mais forte e mais apropriada para carregar peso. É importante lembrar que os problemas na coluna são a quinta causa responsável pelo afastamento de pessoas do trabalho, segundo o Ministério da Saúde. Para evitar esse transtorno é preciso manter a postura corporal correta e evitar o esforço desnecessário. Mas, o que fazer? As mulheres devem abrir mão da praticidade e beleza oferecidas pela “maxibolsa”? De forma alguma… até porque conheço as mulheres e sei que jamais vão abrir mão de um item que esteja na moda! Vencido por essa constatação, acredito que seja melhor oferecer algumas alternativas em prol da saúde ao invés de apenas alertar para os problemas.

Anote dez dicas básicas:

  1. Deixe a bolsa mais leve! Tire da bolsa os livros, cadernos e papéis; opte por transportá-los em pastas.
  2. Tire a nécessaire e carregue a maquiagem, absorventes e escovas em uma valise – que pode ficar, inclusive, no carro ou no escritório.
  3. Deixe na bolsa somente o que é realmente necessário.
  4. Leve uma sacola à parte com o lanche.
  5. Faça uma “faxina” regularmente na bolsa para retirar o que não precisa mais.
  6. Leve somente o que vai usar naquele dia!
  7. Mude frequentemente a bolsa de ombro. Também pode segurá-la pela mão durante algum tempo.
  8. Para deixar a coluna em ordem e fortalecida para carregar as maxibolsas, recomendo a prática de exercícios físicos, no mínimo três vezes por semana. Nunca esqueça de se alongar antes e depois da atividade. O aquecimento no início prepara o corpo para as tarefas e, no final, relaxa.
  9. Atenção para quem está acima do peso. A obesidade – ou sobrepeso – são em si prejudiciais à coluna.
  10. Não carregue peso desnecessário, além da bolsa.

Fonte: Printec Comunicação
Autor: Fabio Ravaglia
Revisão e edição: André Lacasi

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