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Espiões contra o mau atendimento
   
     
 


07/03/2011

Espiões contra o mau atendimento
Cada vez mais empresas contratam consultores, atores ou mesmo clientes para avaliar qualidade de serviços prestados. Na TAM, passageiros ocultos fazem 400 viagens por ano.

Para garantir bom atendimento, infraestrutura e produtos que satisfaçam clientes cada vez mais exigentes, o comércio varejista e o setor de serviços estão aderindo a uma prática cada vez mais comum: a contratação de consumidores espiões. Fazendo-se passar por clientes comuns, consultores e até mesmo usuários do dia a dia são treinados para que usufruam do serviço prestado pela empresa com olhar de auditores.

A avaliação inclui desde o atendimento, postura dos funcionários e conhecimento técnico sobre a mercadoria até a limpeza do estabelecimento, organização da vitrine e variedade de produtos. Todas as informações coletadas são repassadas em formato de relatório, com diagnóstico e sugestões para que o empresário solucione os problemas constatados.

Os profissionais infiltrados podem estar em shoppings, postos de gasolina, academias de ginásticas, voos de companhias aéreas, supermercados, rede de hotéis, restaurantes, concessionárias de veículos e em diversos outros estabelecimentos preocupados em identificar falhas que só os consumidores conseguem enxergar. “Na TAM, o passageiro fantasma foi adotado há mais de 10 anos pelo comandante Rolim Amaro. Foi uma alternativa criada para identificar aquilo que ele não conseguia ver”, lembra o gerente de mercado e produto da TAM, Rodrigo Trevizan.

O consultor disfarçado de passageiro passa por todas as etapas do voo – compra do bilhete, a viagem propriamente dita e uma possível perda de bagagem. “Esse processo é feito em, no mínimo, 10 aeroportos brasileiros. Ao longo do ano, são 400 viagens realizadas por passageiros fantasmas”, conta Trevizan. Os cerca de 12 profissionais que realizam o serviço passam por um treinamento rigoroso. Eles têm de conhecer todos os procedimentos adotados pela companhia. “Ele sabe que em determinado momento a atendente teria uma fala determinada e deve checar se isso é cumprido. Existe um script de atendimento”, acrescenta.

Além disso, a empresa ainda estabelece seis perfis de consumidores: aquele que chega atrasado, um idoso, um cadeirante e outro que está com sobrepeso de bagagens. Com as informações levantadas, a empresa põe em prática planos de ação para tentar corrigir as falhas. “Quando são pontos individuais, passamos para correção da área responsável. Contamos também com uma diretoria responsável por disseminar a qualidade na linha de frente”, diz Trevizan.

Trabalho contínuo

O trabalho do consumidor oculto não costuma acabar quando as ações de melhoria são implantadas. “É um esforço contínuo. O fato de hoje estar correto não garante que daqui dois dias isso vá ocorrer. Hoje, há uma rotatividade muito grande de funcionários nas empresas”, analisa o especialista em varejo da B1 Comunicação e Marketing, Bira Miranda. Procurado por empresas de diversos segmentos para colocar o cliente oculto em campo, o especialista explica como o trabalho é feito. “Conversamos com o empresário para levantar os aspectos a serem identificados. A partir daí, traçamos estratégias dos pontos que devem ser monitorados pelo cliente oculto”, explica.

Em geral, clientes corriqueiros são os ideais para o serviço. “Procuramos selecionar pessoas comuns que, de certa forma, têm hábitos relacionados ao produto”, explica Miranda. “Mas também contratamos atores para situações em que é preciso simular descontentamento ou raiva”, acrescenta.

As estratégias para identificação dos problemas incluem até filmagem. “Tem casos em que o cliente espião acaba filmando, com câmeras ocultas, o atendimento, por exemplo. É uma forma de fiscalização”, explica o diretor da solução de encantamento ao cliente da consultoria Franklin Covey, Carlos Eduardo Oshiro. O especialista pontua que as características de um bom consumidor oculto são o detalhismo, concentração e calma e ainda pondera que, para alcançar os resultados esperados e criar uma cultura da qualidade, são necessários de quatro a cinco meses, mas para perdê-los basta um.

RAIO X

Quem é o cliente espião?

Em geral são consultores, mas há situações em que consumidores comuns assumem o papel

Como são treinados?

A empresa interessada no serviço estabelece o que deve ser supervisionado. A partir daí, monta-se um script de todos os procedimentos que devem ser observados pelo cliente espião.

O que avaliam?

• Disposição dos produtos na vitrine
• Atendimento
• Cumprimento das regras de conduta da empresa
• Variedade de produtos
• Infra-estrutura (iluminação, equipamentos, entre outros)
• Limpeza

Resultados

A partir dos dados levantados, um relatório é produzido, com diagnóstico e sugestões de medidas que deveriam ser implantadas para melhoria dos procedimentos da empresa. Em geral, o cliente espião costuma voltar a avaliar o serviço alguns meses depois de adotadas as mudanças.

Fonte: O Estado de Minas/MG
Autor: Paula Takahashi
Revisão e edição: de responsabilidade da fonte

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