O presidente venezuelano Hugo Chávez é conhecido pela pouca paciência com manias importadas, como jogar golfe ou entornar uísque escocês. Agora, ele mira outra prática amada na Venezuela: aumento de seios.

Chávez disse na TV estatal que a culpa pelo "boom" de operações é dos médicos, que "convencem algumas mulheres de que elas não têm seios grandes o suficiente". Ele disse que é "monstruoso" o fato de mulheres pobres buscarem implantes, ainda que não consigam pagar as contas.

Na Venezuela, cerca de 40 mil mulheres se submetem ao aumento de seios por ano, segundo a entidade que reúne os cirurgiões plásticos daquele país.

Outdoors em Caracas anunciam empréstimos bancários para a cirurgia. Blogs de fofoca especulam sobre as plásticas das candidatas ao concurso Miss Venezuela.

A posição de Chávez causou reações. Em um editorial, o jornal oposicionista "El Nacional" afirma: "Agora vem essa atitude antiquada, militarista, tosca e repressiva em relação à liberdade das mulheres de fazerem o que quiserem com seus corpos".

A imprensa estatal concorda com o presidente. O "Correo del Orinoco" afirmou neste mês que as plásticas são "tão comuns quando consultas no dentista e que não é incomum que pais ricos comprem implantes para filhas de 15 anos como presente de aniversário".