No dia 26 de abril, comemora-se o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial. A campanha desenvolvida pelo Departamento de Hipertensão Arterial da Sociedade Brasileira de Cardiologia traz como tema para 2011 a prevenção, diagnóstico, tratamento e controle da hipertensão.

 

No Brasil, estima-se que há 50 milhões de pessoas hipertensas, segundo dados da Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH). Porém, apenas 50% dos casos são diagnosticados e a outra metade não sabe que apresenta a doença. Ainda de acordo com a SBH, dos diagnosticados, apenas 40% estão em tratamento, o que representa aproximadamente 10 milhões de pacientes.

 

Para o cardiologista do Hospital Nossa Senhora das Graças, Alexandre Alessi o desafio da campanha é conscientizar a população sobre este importante fator de risco cardiovascular, que causa as duas doenças que mais matam pessoas no Brasil: o acidente vascular cerebral e o infarto do miocárdio. “Se a doença for tratada corretamente há uma redução de 50% de derrame (AVC), 30% de infartos do miocárdio e 50% de desenvolver insuficiência cardíaca e insuficiência renal”, enfatiza o cardiologista.

 

A hipertensão arterial ou pressão alta é uma doença caracterizada pelo aumento de pressão do sangue na parede das artérias, que fica acima dos valores considerados normais. “A maioria dos hipertensos não apresenta nenhum sintoma no início da doença, a única maneira de saber se a pressão está alta é aferi-la regularmente”, explica. Quando está maior ou igual a 140/90 mmHg (14 por 9) a pessoa pode sentir dores de cabeça, cansaço, tontura e ter sangramentos pelo nariz.

 

Existem alguns fatores que potencializam os sintomas da hipertensão, entre eles: excesso de peso, alimentação não saudável, ingestão excessiva de sal, sedentarismo, consumo elevado de bebida alcoólica, diabetes, idade acima de 55 anos e histórico familiar.  

         

Para o tratamento da hipertensão é necessário muito esforço dos pacientes. Apesar de não ter cura, com um controle e seguindo as orientações médicas é possível ter uma boa qualidade de vida. Segundo Dr. Charles Cardoso de Paulo, cardiologista do Hospital Nossa Senhora das Graças, é fundamental seguir alguns cuidados. “O hipertenso deve diminuir ou abandonar o consumo de bebidas alcoólicas, manter um peso saudável, incluir atividade física em sua rotina, não fumar, controlar o estresse, e principalmente, verificar a pressão arterial regularmente”, ressalta.  

         

Para quem tem hipertensão, a alimentação saudável é um dos principais itens do tratamento. De acordo com o médico é importante evitar: açúcares e doces; frituras; derivados de leite integral (que contêm mais gorduras); carnes vermelhas com gordura aparente e vísceras; temperos prontos; alimentos industrializados que vêm em latas ou vidros; alimentos processados, como conservas, enlatados, defumados e charque. O recomendado são produtos lácteos desnatados, alimentos cozidos, assados, grelhados ou refogados com temperos naturais. 

 

Caso o tratamento não seja adequado, a hipertensão pode causar problemas graves, entre eles: acidente vascular cerebral, infarto, insuficiência cardíaca e angina, insuficiência renal ou paralisação dos rins, alteração na visão e até cegueira.

 

 

Um controle oftalmológico periódico é importante para todos os pacientes que apresentam hipertensão. Existem diversas doenças oculares decorrentes da pressão alta como: hemorragias e isquemias, que muitas vezes são responsáveis pela perda parcial ou total da visão.

 

Quando o hipertenso apresenta leve diminuição ou turvação da visão e  perdas graduais de foco, deve procurar um oftalmologista, pois é sinal que algo está errado. Um exame “do fundo do olho” é suficiente para detectar alterações decorrentes da pressão alta. “Deve-se também dar uma especial atenção aos menores sinais de alteração existentes no fundo do olho, temos que observar e tratar efeitos colaterais da medicação usada para o tratamento da hipertensão”, explica o oftalmologista Dr. Marco Canto, diretor da Clínica Canto.