Já dura três dias a greve dos funcionários dos Correios. Em Taubaté, quem depende do serviço de entregas já começa a ter problemas por causa da paralisação. Nas agências, o malote está cheio, mas parado. Assim como os veículos e os funcionários.

O Sindicato pede reajuste de 41%, aumento real de R$ 300, participação nos lucros e contratação de funcionários. Em reunião, a empresa de correios e telégrafos ofereceu 9% de reajuste dividido em dois anos e R$ 100 de aumento real. O valor do vale alimentação e da cesta básica também seriam reajustados. "A maioria dos sindicatos já recusaram a proposta. Nós já somos a maioria em recusa da proposta, então, a empresa vai ter que sentar e renegociar a proposta com os trabalhadores", diz o sindicalista Claudinei Spinelli.

De acordo com o sindicato da categoria, 70% dos funcionários aderiram à paralisação na região - o que deixa cada vez mais correspondências longe do destino.

Nos prédios residenciais, a taxa de condomínio segue para as imobiliárias pelo correio. Com a greve, os boletos não chegam e os clientes deixam de pagar, com a alegação de que não receberam a conta, e a inadimplência aumenta cerca de 10%. "É aquela discussão sobre quem vai pagar os juros. Fica difícil, porque não é só os boletos do condomínio. A gente recebe também boletos e notas fiscais dos nossos fornecedores, o que predujica um pouco o serviço", diz a síndica Eliana Nunes.

De acordo com o Procon, se a empresa manda um boleto e ele não chega pela greve nos Correios, mesmo assim a responsabilidade é do consumidor. Ele é quem precisa encontrar outra forma de efetuar o pagamento. "A empresa tem que fornecer outros meios para o pagamento, seja via internet ou via fax. Não é só porque os Correios estão em greve que o consumidor vai deixar de pagar. É uma responsabilidade dele", orienta Fábio Câmara, diretor do órgão. Caso a empresa não ofereça nenhuma alternativa, o consumidor deve procurar o Procon.

Na proposta oferecida ontem, os Correios não ofereceram a contratação de mais funcionários. A direção da empresa recorreu ao Tribunal Superior do Trabalho para decidir sobre a paralisação.