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Dados do Banco Central revelam queda no financiamento habitacional do eixo Rio-SP
   
     
 


22/09/2009

Dados do Banco Central revelam queda no financiamento habitacional do eixo Rio-SP
Região Centro-Oeste tem crescimento de 56,94%

De acordo com dados do Banco Central do Brasil, no período compreendido entre junho de 2008 e maio de 2009, houve uma queda no volume de unidades financiadas pelo SPBE na ordem de 37,82%, caindo de 32.419 para 20.159. Esta queda mexeu também com a distribuição de recursos nas cinco regiões do País. A região Norte perdeu 35,78% de sua participação, a Sudeste, 53,04% e a Sul, 9,83%. Em contrapartida, as regiões Nordeste e Centro-oeste tiveram crescimentos de 1,43%, e 56,94% respectivamente.

A região Sudeste, que inicialmente participava com 72,35%, viu sua participação cair para 54,64%. Esses números foram puxados especialmente pelo Estado de São Paulo, que caiu de 52,69% para 38,29%, o que significa uma queda de 54,81%.

Sudeste, o grande perdedor

De acordo com estes números, a grande perdedora deste período foi a região sudeste que viu sua participação cair 53,04% em número de unidades vendidas e 42,30% em valores financeiros. Logicamente que falar que a região sudeste foi a grande perdedora, não fica difícil de se imaginar que quem mais sentiu essa queda foram os estados de São Paulo e Rio de Janeiro.

Em junho de 2008, portanto antes da crise, o Rio de Janeiro participava do mercado com uma fatia de 3.542 imóveis financiados, o que representava 10,93% do total financiado no Brasil. O Estado de São Paulo, por sua vez, participava com o número de 17.081 imóveis financiados, ou seja, 52,69%. Após a crise, em maio de 2009, o Rio caiu para 1.585 (7,86%) e São Paulo para 7.719 (38,29%). Em termos de participação no mercado, Rio perdeu 55,25% e São Paulo, 54,81.

Comparativamente, no que se refere a valores financeiros, o Rio de Janeiro partiu de R$ 358.086.388, que representava uma participação de 11,23% do mercado, para R$ 229.412.444, ou 7,74% do mercado, o que significa uma queda de 35,93%. São Paulo, partiu de R$ 1.736.599.615 (54,45%), para R$ 1.001.977.671(31,42%), queda de 42,30%. Desta forma temos: Rio, queda em unidades de 55,25%; queda em valores financeiros de 35,93%. São Paulo, queda em unidades de 54,81%; queda em valores financeiros de 42,30%.

Depois de analisadas todas as quedas em numero de unidades financiadas e em valores financeiros, percebe-se que as quedas financeiras são sempre menores que as quedas em unidades financiadas.

Financiamento SFH

Dividindo-se o volume financeiro total, em junho de 2008, que era de R$ 1.944281.625, pelo número de unidades financiadas, que era de 21.725 (considerando-se somente o que foi financiado pelo Sistema Financeiro de Habitação), temos um valor médio de R$ 89.495,13 para a região sudeste. Em maio de 2009, o volume financeiro total caiu para R$ 1.125.733.687 e o número de unidades financiadas, para 10.238, cuja divisão entre os valores resulta numa média de R$ 109.956,41. Portanto, em um ano de crise, o valor médio financiado pelo SFH cresceu 22,86% na região Sudeste.

O volume financeiro liberado para o Estado de São Paulo em junho de 2008 era de R$ 1.427.631.262 e o total de unidades vendidas era de 15.850, que resulta num valor médio de R$ 90.071,37. Em maio de 2009, os números mudaram para R$ 737.847.112 e 7.007 unidades financiadas, resultando em R$ 105.301,43, gerando um crescimento de 16,91%.

Mas, foi no Rio de Janeiro que os números foram realmente surpreendentes. O volume financeiro em junho de 2008 era de R$ 290.728.371 e o número de unidades vendidas era de 3.449, resultando num valor médio de R$ 84.293,53. Em junho de 2009, o volume financeiro passou para R$ 211.134.131 e o número de unidades vendidas para 1.543, culminando num valor médio de R$ 136.833,53, o que representa um crescimento no valor médio do financiamento de 62,33%.

O que se pode inferir de acordo com estes dados é que, novamente a crise atingiu as classes menos favorecidas, pois, para os valores médios apresentados em junho de 2009, os financiamentos habitacionais concedidos pelo SFH exigem que o mutuário tenha um valor de entrada que gira em torno de 0% a 30% do valor do imóvel. Se considerarmos que um mutuário da região sudeste financia um imóvel de valor médio de R$ 128.458,53, ele terá que ter um valor a ser dado de entrada de até R$ 38.537,59, dependendo do imóvel e do agente financiador. Em especial, o caso do Rio de Janeiro, deixa muito claro que quem realmente financiou imóveis, foi a classe média, pois a fatia da população que pode financiar um imóvel de até R$ 130.000 (valor máximo para financiamento de 100%), foi seriamente abalada pela crise.

Segundo levantamento realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a taxa de desemprego total nas regiões metropolitanas, em junho de 2008, estava com 14.600 desempregados e em maio de 2009, este número subiu para 15.300. Pior que o aumento no desemprego, é o aumento no medo da perda do emprego. Quando esse receio aumenta, automaticamente, os consumidores dão início a um processo de retração de suas despesas e intenção de compras. Assim, todas as compras financiadas de valores altos e de prazos extensos ficam adiadas até que elas sintam-se seguras novamente e voltem ao mercado.

Muitos trabalhadores perderam seus empregos, ou ficaram ameaçados de perdê-los, deixando de lado a compra do imóvel próprio. De acordo com os números apresentados, conclui-se que grande parte desses trabalhadores concentra-se na justamente na faixa dos imóveis com preços inferiores a R$ 130.000.

Fica claro, portanto, que segundo dados apresentados tanto pelo Banco Central como pelo Dieese, que o aumento na taxa de desemprego, e a queda no giro volume financeiro interno no País, geraram uma forte redução no financiamento habitacional, afetando sobremaneira os estados de São Paulo e Rio de Janeiro, que são quem mais concentram financiamentos habitacionais, sejam eles em valores financeiros, ou unidades financiadas. Os dois estados juntos representavam, em junho de 2009, 38,61% do volume financeiro liberado para todo o país, ou seja, mais de um terço de tudo que o Brasil financia vai para os estados de São Paulo e Rio de Janeiro.

Fonte: Assessoria Consultoria Financeira – CBS
Autor: Emerson Castello Branco Simenes
Revisão e edição: Jaqueline Crestani

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