A estátua em homenagem ao presidente Juscelino Kubitschek fica localizada em frente ao Catetinho
Andando pelas ruas de Brasília e conversando com os moradores, percebe-se o profundo respeito e admiração pelo seu idealizador e fundador, Juscelino Kubitschek. Independentemente das suspeitas de corrupção que rondaram o seu governo – a presidência foi de 1956 a 1961 – é quase unânime no cerrado a opinião de que ele foi o melhor presidente do Brasil. Preferências e especulações à parte, JK realmente tem seus méritos, afinal, desde a primeira Constituição republicana, de 1891, havia um dispositivo que previa mudança da capital federal do Rio de Janeiro para o interior do País.
“Juscelino Kubitschek foi de uma coragem ímpar e contra tudo e contra todos trouxe a capital para o Planalto Central, construindo a cidade no meio do nada”, afirma Ney Gilberto Leal, diretor de marketing da Empresa Brasiliense de Turismo (Brasiliatur). A construção da capital foi a 31ª meta do Plano Nacional de Desenvolvimento, a principal marca de seu mandato presidencial.
Catetinho
A primeira residência oficial de JK em Brasília foi transformada em museu e é bastante visitada pelos turistas
O Palácio do Catete foi a primeira residência oficial do presidente JK em Brasília e ficou também conhecido também como “Palácio das Tábuas”. O apelido deve-se ao fato de este ser um prédio simples, feito de madeira e projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer – outro dos importantes nomes da cidade. O palácio foi construído em dez dias, logo depois da primeira visita de Juscelino ao local onde seria construída a capital, em outubro de 1956. A construção é simplória para que o presidente se aproximasse dos trabalhadores das obras de construção da cidade, que moravam em barracos com condições precárias. Atualmente, o Palácio do Catete é tombado e funciona como museu, onde são encontrados móveis e objetos pessoais da família.
Um cômodo do museu faz referência ao fato da canção "Água de beber" ter sido composta por Tom e Vinícius no Catetinho
Memorial JK
A trajetória de Juscelino Kubitschek e de seu esforço para construir Brasília estão, hoje, presentes no Memorial: “É a história de JK que diante dos visitantes se reconstitui. De sua meninice em Diamantina (MG) ao desastre fatal o que levou para sempre”, descreve Oscar Niemeyer, também responsável pelo projeto do prédio. “Esse local existe graças a força da ‘Dona Sarah’ – esposa de Juscelino – que fez uma campanha em todo o Brasil para construí-lo. O presidente Figueiredo doou o terreno e o Niemeyer não cobrou nada pelo projeto. A inauguração foi em 1981, quando trouxeram os restos mortais do presidente, que morreu em um acidente de carro em 1976, para a Camâra Mortuária”, explica a guia de turismo Rosa Yida.
Se a arquitetura já impressiona, o acervo do Memorial JK permite um mergulho intenso na vida do fundador de Brasília. Fotos; objetos pessoais, como os instrumentos médicos – JK era urologista de formação –, roupas e até o diploma de Presidente da República; a sua rica biblioteca particular; além de uma linha do tempo que vai desde a ideia da transferência da capital até a sua construção. “Aqui tem coisas históricas, como a foto da equipe de Luís Cruls, que chefiou a Comissão Exploradora do Planalto Central, em 1891, que possibilitou o conhecimento necessário para que se construísse Brasília aqui”, comenta Rosa. “Este Memorial é muito importante, pois JK merece ser homenageado e o brasileiro costuma tem memória fraca”, completa.
O Memorial JK foi projetado por Niemeyer em terreno doado pelo presidente Figueiredo