Brasília deve ser vista como uma conjunção de pessoas que foram fundamentais para a sua construção e para o resultado desse projeto tão grandioso. A beleza da cidade reflete o talento de nomes conhecidos ou não, porém, de extrema importância. As avenidas largas, os prédios baixos, a cidade em forma de avião. As características da cidade foram definidas pelo arquiteto Lúcio Costa, que, em 1957, venceu o concurso nacional para o Plano Piloto de Brasília. “É assim que, sendo monumental, é também cômoda, eficiente e íntima. É ao mesmo tempo derramada e concisa, bucólica e urbana, lírica e funcional... Brasília, capital aérea e rodoviária; cidade-parque. Sonho arqui-secular do Patriarca”, definiu ele no relatório de seu projeto.
A Esplanada dos Ministérios fica localizada no Eixo Monumental da cidade projetada por Lúcio Costa
A concepção de cidade de Lúcio Costa é formada por quatro escalas: a monumental, da qual faz parte o Eixo Monumental – corpo do avião –, que engloba a Praça dos Três Poderes até a Praça do Buriti; a escala gregária, que se situa na Rodoviária e nos setores de diversões, comerciais, bancários, médico-hospitalares, hoteleiros e de rádio e televisão norte e sul; a residencial, que são as superquadras das asas sul e norte; e a bucólica, da qual fazem parte todas as áreas livres destinadas à preservação e ao lazer.
Oscar Niemeyer
O consagrado arquiteto foi escolhido por Juscelino Kubitschek para projetar os edifícios da nova capital. A beleza da cidade ao mesmo tempo sóbria e ousada é composta pelos prédios suntuosos, porém simples, e pelas curvas marcantes de monumentos como o Congresso e o Museu Nacional.
As formas inusitadas do arquiteto no Museu Nacional e na Catedral Metropolitana de Brasília
Roberto Burle Marx e Athos Bulcão
Chamados carinhosamente pelos brasilienses de “poeta dos jardins” e “nobre azulejista”, respectivamente, esses dois artistas estão presentes nos detalhes grandiosos de Brasília. “O artista plástico Athos Bulcão tem trabalhos por toda a cidade. Ele é um fenômeno, assim como Burle Marx, o paisagista que deu mais vida aos espaços”, explica Ney Gilberto Leal, diretor de marketing da Empresa Brasiliense de Turismo (Brasiliatur).
Suas obras realmente estão por toda parte, integradas à arquitetura de Brasília. O verde de Burle Marx está presente no Parque Dona Sarah Kubitschek, no Eixo Monumental, nos jardins internos do Congresso, no Palácio Itamaraty, entre muitos outros. Os azulejos e as obras coloridas de Athos Bulcão permeiam espaços políticos, educativos, religiosos, culturais, entre outros.
Trabalho conjunto: em um ambiente do Congresso Nacional, as poltronas de Niemeyer, os azulejos de Athos Bulcão e o jardim de Burle Marx