O Cadastro Positivo é uma metodologia contemporânea de conceder crédito é uma evolução do varejo, em vigor em cerca de 20 Países. Com a aprovação deste instrumento pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, a expectativa, após sua aprovação final, é de queda dos juros em torno de 25% a 30%. “A medida pode provocar, de imediato, redução do spread bancário e incentivo ao consumo”, comemora o empresário Roque Pellizzaro Junior, presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), o maior banco de dados da América Latina. “No atual mercado de crédito brasileiro, o bom pagador paga pelo mau, porque o risco de inadimplência é repassado a todos, sem distinção, gerando elevação genérica da taxa de juros. Com o Cadastro Positivo isso não ocorre. Cada um paga o risco que efetivamente representa”, explica.
O presidente da CNDL ressalta que o crédito é o grande financiador da atividade econômica em qualquer economia moderna e competitiva. Financia o consumo e a produção. Gera emprego e renda. O consumidor é avaliado mediante dados fornecidos por lojas, bancos, utilitários de serviços públicos e privados (luz, água e telefonia), empresas de cartões de crédito e cooperativas, entre outras. Também é considerado o histórico do cliente em assiduidade e pontualidade dos pagamentos e o patrimônio e a renda familiar. Essa análise gera uma nota (score) e a partir dela o crédito é definido em volume, prazo de pagamento e outros detalhes. Será possível oferecer taxas de juros diferenciadas, baseadas no risco individual, e o processo de aprovação cadastral será mais rápido e menos burocrático, portanto com menor custo.
O Cadastro Positivo também será extensivo às pessoas jurídicas e facilitará em muito o acesso das empresas de micro e pequeno portes aos financiamentos. Estudo do Banco Mundial mostra que, antes do Cadastro Positivo, nos Países que o adotaram, em cada 100 mil pedidos, cerca de 13 mil bons clientes eram rejeitados, porque a análise só continha informações restritivas. Nas consultas mais amplas, as micro e pequenas empresas chegam a aumentar em 13% o acesso a financiamentos. A classe ‘C’, de maior representatividade na pirâmide social do País, é a que enfrenta as maiores dificuldades em comprovar renda, pelo alto grau de informalidade, seja entre os trabalhadores ou microempresários.
A Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL), por meio dos SPCs de todo o Brasil, é parceira na Rede Nacional de Informações Comerciais (RENIC) das Associações Comerciais do Paraná e de São Paulo na implantação do Cadastro Positivo de Crédito. “Todavia, tal ferramenta deve ser dotada de gatilhos que protejam o consumidor, mas que não criem entraves que venham a inibir sua implantação”, avisa Pellizzaro.