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Antonio Gonçalves – advogado criminalista e membro da AIDP
   
     
 


03/02/2010

Antonio Gonçalves – advogado criminalista e membro da AIDP
E o terrorismo chega ao esporte

As práticas intimidatórias com o intuito de disseminar o medo e a insegurança através do terror são a marca registrada dos grupos terroristas. O pano de fundo que cobre e envolve o terrorismo engloba questões como religião, etnia, etc. Entretanto, se engana quem pensa que o terrorismo se limita a uma disputa entre ocidente e oriente, pois, o viés que separa e alimenta a fúria é um pouco mais profundo e atende por nome diverso: política, que não conhece fronteiras geográficas, culturais ou religiosas. É a disputa por territórios, influência e, acima de tudo, poder, que movimenta o terrorismo e cada vez mais propaga os grupos de extermínio. Atualmente não se pode atribuir força ou liderança a um único grupo, até mesmo pela característica peculiar de comando que atua de forma horizontal, ou seja, várias células autônomas entre si sem uma hierarquia elevada como um sistema piramidal, mas é inegável que o medo propalado pelo Hamas, Hizbollah, Talibã, Al-Qaeda é muito mais forte e consistente do que as forças que o combatem. 

O alvo, corriqueiramente, é o governo da nação escolhida para o ataque terrorista, numa clara disputa por poder. Num passado recente era mais fácil se identificar a disputa política quando os movimentos eram internos ou nacionalistas, como os atentados ocorridos na Irlanda através do grupo IRA e na Espanha com o ETA.
 
Após os atentados de 11 de setembro, nos Estados Unidos, foi apresentado ao mundo que a sofisticação terrorista aumentou e adveio conjuntamente com o uso indiscriminado de armas químicas e homens bomba, etc. De tal sorte que o principal enfoque dos grupos é a produção do terror e, infelizmente, uma nova forma de espalhar a insegurança coletiva surgiu. O atentado à delegação de futebol do Togo promovido pelo inimigo oculto, isto é, o terrorismo, demonstra que o medo pode emergir em qualquer momento, seja no trabalho, no descanso ou até mesmo no lazer. A insegurança em não se conhecer o próximo passo é que fomenta o terror, tanto é verdade que a seleção do Togo se retirou da Copa Africana de Nações, por temer pela segurança e pela integridade de seus atletas.
 
A seleção do Togo, em verdade, foi mais um alvo à conveniência do terrorismo, mas o objetivo fulcral da investida era outro: afetar o governo angolano, ou seja, uma disputa política acerca da independência de Cabinda. O governo de Angola sequer discute a questão, uma vez que Cabinda responde por 80% da produção de petróleo daquele país. No entanto, a região sequer faz fronteira com a Angola.
 
O ataque tem como fundamento alterar a emoção das pessoas, o clima amistoso e, com isso, o lazer produzido pelo esporte ganhou contornos de insegurança. Outras delegações já pediram o incremento da segurança, alguns jogadores de futebol presentes já demonstraram preocupação com sua segurança e, até mesmo, com sua vida.
 
Nesse diapasão não há como negar: o terrorismo chegou ao esporte. Em ano de Copa do Mundo, como proceder? Se nem o esporte está salvo dos terroristas, como se proteger num evento que reúne 32 nações diferentes para proporcionar o lazer coletivo?
 
O exemplo recente dos Estados Unidos, que decidiram por atacar indiscriminadamente o inimigo oculto, produziu mais problemas do que soluções. Diplomacia também não parece ser um caminho viável já que os grupos guerrilheiros têm a consciência de que, ao mostrar seu líder, este se transforma num alvo fácil.

O poder corrompe as pessoas e as nações e o terrorismo é a mostra cabal de que a cobiça não possui limites, logo, enquanto não encontrarmos uma forma eficiente de combate, ou melhor, de proteção, o terror segue na porta ao lado e até mesmo o esporte perdeu sua aura imaculada.

Fonte: AZ| Brasil
Autor: Antonio Gonçalves
Revisão e edição: Renata Appel

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