|
Polícia descarta tese de execução na morte de Eliseu Santos
Crédito: Paulo Nunes/CP |
|
O diretor do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) do Rio Grande do Sul, delegado Ranolfo Vieira Junior, informou, em entrevista coletiva na tarde desta quarta-feira, que o secretário da Saúde de Porto Alegre Eliseu Santos foi morto em latrocínio, descartando, então, a hipótese de execução.
Segundo ele, o DNA de um dos suspeitos é compatível com o sangue encontrado no local do crime. Ele foi identificado como Eliseu Pompeu Gomes, de 22 anos, e havia sido medicado na noite de sexta-feira no Hospital São Camilo, em Esteio, após levar um tiro de raspão.
De acordo com Vieira, o jovem pode ter relação com uma quadrilha de roubo de carros de São Leopoldo. Com o suspeito, havia pelo menos outros dois criminosos, cuja identificação não foi divulgada pela polícia. Não foi informado qual deles teria atirado contra o secretário. Os três estão com prisão temporária decretada.
Segundo o delegado de Homicídios Bolívar Llantada, a hipótese de homicídio foi descartada por fatores como o local dos tiros (no peito e na canela), o tipo de veículo utilizado e a abordagem (um Vectra, no qual os criminosos trafegavam sem esconder o rosto) e o local do crime (onde o carro estava, e não em frente à igreja da qual o secretário saía). O secretário atirou nove vezes contra os suspeitos.
"Temos convicção de que foi latrocínio por causa do pouco agrupamento dos tiros - um no peito e outro na canela tão somente -, além do fato de que os autores fugiram do local, não montaram uma tocaia digna de quem pegaria uma vítima", explicou.
O delegado relatou que, desde o começo, a polícia suspeitava de latrocínio, mas aguardou o decorrer das investigações para confirmar a hipótese. “Mais de 15 relatos convergiram para o crime de latrocínio, eliminando o aspecto do homicídio”, explicou.
Llantada relatou ainda que o Vectra havia sido furtado na noite do dia 22 de fevereiro no estacionamento de um hipermercado de Canoas. O veículo foi recuperado na última madrugada em Novo Hamburgo, queimado e com marcas de tiros. A placa havia sido clonada para o assalto.