Após constatar um erro no cálculo do reajuste anual das contas de energia elétrica, a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) reviu a metodologia de cálculo dos índices de revisão tarifária. O procedimento equivocado e aplicado durante os últimos oito anos causou prejuízo de bilhões de reais aos consumidores de todo o território nacional. A transparência na atualização dos critérios de revisão tarifaria é, antes de tudo, um direito da sociedade. Afinal, quais fontes de informação servirão para incremento da base de consumidores futuros em cada distribuidora? Serão dados de instituições sem vínculos diretos com o processo, como FIESP ou FGV, por exemplo?
Utilizar informações de fontes externas e totalmente imparciais no mínimo daria provas do comprometimento do governo na busca em sanar definitivamente as discussões em relação ao valor das tarifas. A mesma indagação vale para o crescimento vegetativo da economia. Novamente, se faz necessário ficar claro com que dados este cálculo será realizado.
Outra questão de suma importância diz respeito aos bilhões de reais cobrados de forma indevida dos consumidores nos últimos anos. Caso a sociedade não se posicione, corremos o risco deste valor excedente se transformar em remessa de lucro, o que seria uma triste demonstração de falta de comprometimento com nossos valores e de vontade política. Não podemos permitir que o erro seja premiado.