Mais recentemente tem proliferado pelas calçadas da nossa cidade biombos, cabines de segurança, pessoas caminhando ou de bicicleta com um ridículo apito, fazendo barulho indevido, pressionando as pessoas a pagarem por mês uma cota para serem "protegidas". Às vezes se apresentam como empresa registrada, andam até com boné e túnica com marca, para dar aura de autoridade. De autoridade legal nada, mas tudo de autoritarismo, um braço de um estado paralelo que posa de apoio, mas que na verdade é a parte necessária para o crime organizado proliferar com mais força.

Pressionam os desavisados e pessoas desesperadas, com medo e insegurança frente aos assaltos e violências muitas vezes anteriormente patrocinadas por eles próprios ou seus asseclas, que acabam sucumbindo ao canto da sereia. Mas este é um monstro que mata como o escorpião. Muitas vezes, estes guardas são os informantes de ladrões e marginais que circulam numa região. Atuam em parceria. É sempre a mesma história: acontece um roubo, um arrombamento, o guarda estava noutro lado da rua, teve que sair porque um filho estava muito mal, sempre tem uma desculpa e às vezes o sujeito fica tão perplexo diante da mentira e acaba acreditando no conto do vigário.

E quem não entra no jogo é certamente assaltado ou tem algum problema a enfrentar.

Não se pode calar diante destes barbarismos. Eu tenho feito minha parte, no combate a estes tipos de ilícitos. Foi assim com minha batalha, legislação, ações em todos os cantos contra os desmanches, roubos de carros etc. Agora, estou solicitando uma Comissão Especial na Câmara para tratar da Vigilância Ilegal.

Sei que haverá retaliações, ameaças, tentativas de suborno e coisas do gênero, pois estamos lidando com máfias organizadas. E o que é responsabilidade do Estado – a segurança – passa a ser do cidadão.