A primeira reunião do Fórum das Cidades da Copa de 2014, realizada nesta terça-feira, 13, em Salvador, foi marcada por dois debates, a pouca participação do governo federal nos investimentos diretos na Copa e a demora na definição das isenções fiscais para as reformas e construções dos estádios. Além do prefeito José Fortunati e do prefeito de Salvador, João Henrique, participaram do encontro representantes das outras dez cidades-sedes.
Foi a primeira vez que, de modo autônomo, as sedes reuniram-se para tratar de temas de seu interesse. “Até este momento, sempre fomos convocados pela Fifa e pelo governo federal a partir de pautas definidas por eles. Agora, estamos tratando de problemas e soluções comuns a todas as cidades por meio de nossa visão e experiência”, explicou Fortunati, um dos idealizadores do evento.
Obstáculos - Além de discutir a participação das sedes em ações promocionais durante a Copa da África, cada cidade fez um relato do que vem sendo desenvolvido e quais os principais obstáculos enfrentados. Todos demonstraram insatisfação com o fato de a Matriz de Responsabilidade da Copa de 2014, termo que determina as competências de cada agente público, não apontar a aplicação de recursos do orçamento da união. “Nossa expectativa era completamente diferente. Da maneira como está, somente com financiamentos, o peso recai todo sobre as costas dos estados e municípios”, enfatizou o representante de Natal, Fernando de Oliveira. A intenção das sedes é iniciar novas negociações com a União em busca de investimento direto do governo federal.
Outra pauta recorrente nas manifestações da cidade foi a demora na definição das isenções de tributos estaduais e municipais para os estádios. “Esse é um tema de interesse de todos, mas especialmente das cidades que possuem estádios privados, como Porto Alegre, São Paulo e Curitiba. A aceleração das obras nas arenas depende da liberação das isenções”, explicou Fortunati. O fórum deverá atuar para que a decisão sobre os tributos seja incluída na próxima reunião do Conselho Nacional de Política Fazendária (Cofaz) e, a partir de agora, deverá realizar reuniões mensais, sempre em uma cidade-sede diferente.
Carta - Ao final do encontro, será sistematizada uma carta com as principais questões discutidas, como os poucos investimentos federais e a isenção tributária para os estádios. Esta carta será remetida aos parceiros e órgãos envolvidos com a Copa de 2014. O documento servirá como uma forma de argumentação e pressão política.